Acusado de irregularidades na gestão do Ministério do Esporte, Orlando Silva (PCdoB) prestou esclarecimentos nesta terça-feira à comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos deputados, em que contou com o tratamento moderado da bancada da oposição no debate sobre denúncias veiculadas pela imprensa nos últimos dias.
Em
agosto de 2010, Orlando Silva Júnior comprou, por R$ 370 mil, um terreno no
distrito de Sousas, em Campinas (SP). Pela área de aproximadamente 90 mil m²
passa um duto de gás da Petrobras.
Silva, que é ministro do Esporte desde 2006 e recebia à época da compra R$
10.748, 43 mensais, pagou o terreno à vista. Conforme documento obtido pela
reportagem, ele usou cheque administrativo modalidade que permite o uso do
cheque sem que o pagador movimente sua própria conta.
ORLANDO SILVA COMPRA À VISTA TERRENO SOBRE DUTO
Líderes
da oposição ao governo Dilma Rousseff esvaziaram o depoimento do ministro à
comissão. Eles estiveram reunidos no gabinete da liderança do PSDB no Senado
com o policial militar João Dias Ferreira, acusador de um esquema de corrupção
na mesma pasta.
Com
os representantes destacados para a tarefa de ouvir os esclarecimentos do
ministro, a oposição atuou de forma moderada.
O
deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) disse durante a sessão que o ministro
precisa tomar de fato as medidas judiciais contra seus acusadores para ser
levado a sério.
"Outros
ministros que vieram à Câmara depois de acusações disseram o mesmo, mas nunca o
fizeram. Isso [processar os acusadores] dará guarida a seu caso", disse
Macris.
Em
seu primeiro ano, o governo Dilma viu envolvido em denúncias os ministros
Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Pedro Novais
(Turismo), que acabaram perdendo os cargos.
Outro
oposicionista, o deputado Francisco Francischini (PSDB-PR) disse não ver nos
olhos do ministro "nenhum traço de mal feito". "Eu trabalho
ouvindo bandidos a minha vida inteira. Não percebo no senhor algo que o
desabone", acrescentou.
Durante
sua aparição na comissão, Orlando Silva contou com o apoio de representantes da
sua pasta, funcionários que vestiam broches do Ministério do Esportes e
aplaudiam as colocações mais veementes do chefe da pasta. Integrantes do PCdoB
também ajudaram nas palmas de incentivo.
Denúncias
Orlando
Silva esteve no Congresso Nacional para se defender das denúncias de corrupção
feitas no fim de semana pela revista Veja e pelo Fantástico, da Rede Globo. A
revista trouxe o depoimento do militar João Dias Ferreira acusando-o de ter
recebido "uma caixa de papelão lotada de cédulas de R$ 50 e R$ 100, na
garagem do ministério". Silva se disse inocente e prometeu processar o PM,
que está preso.
Já
o Fantástico apresentou suspeitas sobre a atividade da ONG Pra Frente Brasil,
dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodriguez. A entidade mantém convênio
de R$ 28 milhões com o ME e há acusações de desvio de dinheiro público. Silva
pediu investigação sobre o caso.
Fonte: UOL
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